JOGADOR DO AMÉRICA-MG É DENUNCIADO POR INJÚRIA RACIAL DURANTE JOGO CONTRA O OPERÁRIO


Jogadores do Operário-PR denunciam injúria racial do meia do América-MG. Foto: Reprodução/Disney+

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou o atacante boliviano Miguelito, de 21 anos, do América-MG, por injúria racial cometida durante a partida contra o Operário, realizada no último domingo (4), no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O jogo foi válido pela Série B do Campeonato Brasileiro.

Segundo a denúncia, Miguelito teria proferido ofensas racistas contra o jogador Allano, do Operário, durante o segundo tempo da partida. A fala — “preto do c##” — teria sido presenciada por um colega de equipe da vítima, o que deu início a uma discussão acalorada e empurra-empurra entre os jogadores dos dois times. A confusão fez com que o árbitro paralisasse o jogo e aplicasse o protocolo antirracista da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O MP afirma que “imagens oficiais do jogo aludido demonstram o exato momento em que o denunciado vira o rosto e profere a injúria racial contra a vítima”, e reforça a gravidade do caso ao citar que “a injúria racial, enquanto forma de exteriorização do racismo, carrega em sua prática especial gravidade, considerando o bem jurídico histórica e globalmente violado que se pretende proteger”.

Após o fim da partida, todos os envolvidos foram encaminhados à delegacia. Miguelito foi preso em flagrante, mas liberado na manhã de segunda-feira (5) para responder ao processo em liberdade.

A injúria racial é prevista na Lei nº 7.716/89 e prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa.

AMÉRICA-MG FALA SOBRE O CASO

O América-MG se posicionou nas redes sociais em relação ao caso, na última segunda-feira (5). Veja o texto abaixo, que está disponível nas redes sociais.

O atleta Miguel Terceros, acusado de injúria racial durante a partida do último domingo (4), contra o Operário, em Ponta Grossa, no Paraná, prestou depoimento e os esclarecimentos necessários junto à autoridade policial, negando a prática do delito, e retorna ainda hoje para Belo Horizonte.

O América confia na palavra de seu atleta e está oferecendo todo o suporte para auxiliá-lo neste caso.

O Clube reafirma seu compromisso inabalável no combate ao racismo. Esses valores são inegociáveis, e o América Futebol Clube repudia veementemente qualquer ato de preconceito e discriminação.

O caso segue em investigação pela promotoria de Ponta Grossa, que aguarda novas imagens para reforçar o processo. Além da denúncia do MP, Miguelito vai ficar fora das partidas até ser julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

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