A neurologista do Pilar Hospital, Cláudia Panfílio, explica quais são os quatro tipos de neuropatia diabética e os riscos provocados pela doença. Segundo a especialista, a doença é um comprometimento dos nervos por causa do diabetes. “O que mais vemos são nos nervos periféricos, então a pontinha dos dedos dos pés, das mãos, que são os que mais incomodam os pacientes de modo geral, mas existem outros tipos também, que pegam os nervos que comandam a pressão arterial, a frequência cardíaca, a digestão, então, temos vários tipos de neuropatia diabética”, explica a neurologista.
A neuropatia diabética é uma das complicações crônicas mais comuns de quem tem diabetes e é responsável por grande parte das amputações de membros dos pacientes nesta condição. A neurologista explica que o diabetes é uma doença silenciosa, então, às vezes, a pessoa até sabe que tem, ou que está com a glicemia um pouco alta, mas não sentindo nada o paciente não se preocupa em tratar, em fazer a dieta. “Mas a doença vai avançando e depois de alguns anos de doença o paciente começa a ter um formigamento na ponta dos pés, dor, perda de sensibilidade, aí machuca o dedo e não percebe que machucou, e assim pode chegar até a uma amputação mesmo”, diz.
Conforme a Dra. Claudia Panfílio, a hiperglicemia (glicose em dose mais elevada) ela entra dentro do nervo, causa uma alteração metabólica lá dentro, ele estufa, e esse nervo acaba degenerando. Essa é uma das teorias. Também tem outra teoria de que o próprio diabetes vai entupindo os vasinhos, bem microscópicos, por gordura, e a circulação até o nervo fica ruim e ele morre. O nervo morrendo ele não comanda também a dilatação, a contração dos vasos. Ou seja, são várias alterações que se apresentam no corpo do paciente, até uma situação autoimune também, mas elas ocorrem por causa do diabetes, da glicemia alta”, comenta.
De modo geral, os sintomas começam por um formigamento, às vezes com a dor, outras vezes inicia com pontadas, na ponta dos dedos dos pés e vai subindo até as pernas, os dedos das mãos e vai subindo. “Alguns pacientes já começam o quadro clínico com uma paralisia do olho, por exemplo. A neuropatia, quando pega o terceiro nervo, que movimenta o globo ocular, geralmente é possível reverter em três a cinco meses a pessoa volta a movimentar os olhos. Mas não deixa de ser grave, pois na correlação com isso vão ocorrendo outras coisas, a pessoa vai perdendo a visão, o rim vai perdendo a função, tudo isso por causa do diabetes”, avalia. “Para chegar nesse ponto são vários anos em que a pessoa não se cuidou e não fez o tratamento adequado, por isso, é importante ter o acompanhamento médico, tomar os medicamentos de acordo com a prescrição, seguir uma dieta específica e praticar atividades físicas”, complementa a médica.