Dona Lina e a ligação com o Hospital São Rafael Arcanjo


O Hospital Santa Casa, localizado no centro de Colombo, em um terreno de 13.000m², e com área construída de 3000m², teve sua construção iniciada em 1959 e inaugurada em agosto de 1972. 

Com apenas 7 funcionários na época, o atendimento era realizado apenas para pacientes sem condições financeiras e arcado pelo INSS. Desde o início da construção a comunidade colaborou com a Instituição, realizando bingos, jantares, rifas, festas e doações visando angariar recursos para investimentos e melhorias na estrutura. 

Apesar disto, com problemas financeiros e estruturais, o hospital fechou e reabriu inúmeras vezes desde 2005. Esse problema começou na década de 1990, quando a Santa Casa passou a dever para funcionários e fornecedores. Em 1995, a Justiça escolheu interventores extrajudiciais para levantar as pendências financeiras, administrar o hospital e pagar as dívidas. Mas, ao contrário disso, os mesmos não arcaram com seus compromissos e passaram 20 anos sem pagar os credores, aumentando ainda mais o déficit financeiro. 

Em 2017 a instituição fechou definitivamente, porque o interventor da época usou o dinheiro disponível de forma equivocada: ao invés de atender a população com exames, consultas e cirurgias (conforme deveria ser), pagava salários. Na ocasião, o Tribunal de Contas do Paraná (TCE) questionou este fluxo financeiro e mandou o caso de volta à Justiça, que determinou este último fechamento e designou um novo interventor judicial. O interventor designado preferiu manter o hospital fechado, para que as dívidas não aumentassem e finalmente pudesse ser calculado o valor final do leilão da instituição. 

Com toda essa instabilidade, esse abre e fecha do único hospital de Colombo, dona Ursulina Toniolo Schmidt, nascida em 20 de abril de 1927 e falecida em 19 de junho de 2007, não se conformava com a situação. Filha da parteira mais antiga da cidade, dona Paschoeta Toniolo, ela sempre se revoltou e lutou para que o hospital se mantivesse aberto, atendendo a população. 

Por ocasião do falecimento da dona Lina e com o hospital ainda de portas fechadas, isso mudou o rumo da história e definiu o planejamento do seu filho mais novo. Plínio Toniolo Schmidt passou então a idealizar um sonho que era da pessoa que ele mais amava e que agora se tornara dele também. “Lembro uma reflexão que me veio à memória, de um verso eternizado numa canção, que diz: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. 

E foi por meio desse sonho, dessa grande mãe, da sua querida avó parteira, que o empresário Plínio começou a dar vida ao primeiro hospital do Município de Colombo. Decidido a transformar o sonho de sua mãe Lina, que definiu como seu sonho também, o empresário Plínio procurou um grupo de investidores em São Paulo, o grupo G5 Health, que juntos participaram do leilão, conseguindo assim adquirir a antiga Santa Casa. 

 “Meus avós João Toniolo e Paschoeta Toniolo eram agricultores, trabalhavam na produção de hortifrutigranjeiros, que hoje é um dos pilares de sustentação do nosso desenvolvimento econômico. Além disso, minha avó Paschoeta exercia a profissão de parteira com muita dedicação, sendo naquela época procurada e conhecida na região. E por fim quero lembrar da inspiradora da construção deste hospital: minha querida e inesquecível mãe Lina, Ursulina Toniolo Schmidt, que com tanta determinação e insistência, desejava que seu Município tivesse um hospital exemplar e que ao trafegar por aqui, se deparava com uma construção inacabada, e não se conformava que a obra do hospital já iniciada, não estivesse pronta e funcionando, servindo a população. E os anos foram passando… depois do falecimento da minha mãe, a conversa prosseguiu em família… como seria importante concretizar o sonho dela, sonho que ela me inspirou, sonho que é meu, sonho que é também de grande parte da população da nossa cidade. E é assim, ao som de muitas vozes ouvidas, e na melodia de muitas mãos unidas e suadas, que juntos transformamos o sonho em realidade, com o imprescindível apoio de todos”, disse Plínio em seu discurso, tão emocionante, na inauguração do Hospital São Rafael Arcanjo.

Segundo Plínio este é um momento histórico para o Município de Colombo. O Hospital São Rafael Arcanjo concluído, dando os primeiros passos para ser futuramente reconhecido como hospital modelo, hospital com excelência de qualidade, hospital humanitário. Pois estão reunidas todas as condições necessárias para que isto aconteça: 

  • Instalações amplas, arejadas, modernas, planejadas para oferecer conforto e funcionalidade
  • Central de material e medicamentos com esterilização ampla, buscando evitar a infecção hospitalar
  • Equipamentos hospitalares dos mais modernos, de tecnologia avançada, permitindo diagnósticos mais precisos e arquivamento de dados informatizados
  • Prioridade voltada para o atendimento humanitário, com respeito a dignidade do ser humano
  • Equipe médica especializada e atualizada, selecionada entre os melhores profissionais que atuam no mercado. Eles, certamente, integrados a equipe administrativa, serão responsáveis pela garantia do atendimento de eficiência e qualidade!

O primeiro e mais importante dos passos foi dado neste inesquecível dia 10 de outubro de 2022, que ficará gravado na memória do coração dos que lá estiveram presentes, como também é motivo de orgulho para todos os moradores do Município de Colombo, que a tanto tempo esperavam pelo funcionamento deste grande empreendimento, benefício tão valioso para os colombenses.  Agradecemos ao empresário Plínio Toniolo Schmidt por transformar o sonho em realidade.

Hospital Santa Casa no início da sua história em Colombo. Foto: Arquivo
Dona Paschoeta Toniolo, avó e a primeira e uma das únicas parteiras do município colombense. Foto: Arquivo Pessoal
Carinhosamente chamada de Lina, a grande responsável pela inauguração do Hospital São Rafael Arcanjo. Foto: Arquivo Pessoal
Carinhosamente chamada de Lina, a grande responsável pela inauguração do Hospital São Rafael Arcanjo. Foto: Arquivo Pessoal
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