O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, foi a Brasília nesta terça-feira (8/4) e reforçou um pedido decisivo ao governo federal: a retirada dos trens de carga da região central da capital paranaense. Em reunião com Maryane Figueiredo, diretora de Projetos e Obras da Secretaria Nacional de Transportes Ferroviários (SNTF), Pimentel exigiu que a nova concessão ferroviária obrigue a construção do Contorno Ferroviário para desviar o tráfego pesado dos bairros residenciais da cidade.
A reivindicação acontece em meio às discussões sobre a renovação antecipada da concessão ferroviária da Malha Sul, atualmente sob responsabilidade da Rumo Logística, com validade até 2027. Para o prefeito, Curitiba não pode mais ser ignorada em uma decisão que impacta diretamente a mobilidade urbana, o transporte público e a segurança da população.
“Curitiba é o último grande centro urbano do país com interferência ferroviária dentro da malha urbana. Isso causa acidentes, ruídos, transtornos e até mortes. Não podemos mais aceitar isso”, afirmou Eduardo Pimentel, ressaltando que bairros como Centro, Alto da XV, Cristo Rei, Cajuru, Cabral e Uberaba sofrem diariamente com os impactos da linha férrea.
São 37 km de trilhos cortando Curitiba, com 45 passagens de nível em áreas densamente povoadas, paralisando ônibus e carros, e colocando vidas em risco. Pimentel defende que o novo contrato com a Rumo inclua soluções concretas: desvio da linha de carga ou obras estruturantes como trincheiras e viadutos.
Além da reunião no Ministério dos Transportes, o prefeito também participou da 87ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), onde defendeu subsídios federais para gratuidades no transporte coletivo. “Curitiba paga R$ 110 milhões ao ano apenas com a gratuidade de idosos. É preciso equilíbrio”, destacou.
Curitiba, segundo Pimentel, está fazendo sua parte: investindo em infraestrutura, com obras como o novo Inter 2, o Ligeirão Leste-Oeste, o viaduto Curitiba-Pinhais e as trincheiras da Estação São Pedro. Agora, é a vez de o governo federal ouvir e agir.
A pressão é grande. A expectativa é que a voz de Curitiba finalmente pese nas negociações e que os trilhos que cortam a cidade deem lugar a um modelo moderno, seguro e sustentável de mobilidade urbana.
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