Elis Lazarotto é servidora pública desde a década de 1990, tendo passado por várias secretarias, tais como Saúde, Tributação e Administração. Atualmente, é secretária municipal de Assistência Social (SEMAS) e primeira-dama do município de Colombo. Ela esteve nos estúdios do Jornal de Colombo e concedeu entrevista na última sexta-feira (30), fazendo um balanço dos trabalhos que realiza desde 2021, na atual gestão municipal — veja o vídeo na íntegra no final da reportagem.
A longeva experiência começou em 1993, após ser aprovada no concurso público em 1991. Apesar de estar em uma posição de alto escalão dentro do poder público municipal, Elis destacou que a essência do seu trabalho — algo que considera uma vocação — está em servir. Diante disso, a primeira-dama considera que estar na Assistência Social reforça o propósito de sua função dentro de Colombo.
“Já atuei na Saúde, no Tributário, na Administração. Mas, quando você está na Assistência e acompanha as maiores dores e vulnerabilidades de uma população, você descobre o verdadeiro propósito de servir. (…) Toda a bagagem que acumulei faz a diferença para atuar na posição que ocupo. Quando você precisa tomar decisões rápidas, que garantem a vida de pessoas, saber os caminhos ajuda demais.”
Até 2004, a Assistência Social era um “braço” da Saúde em Colombo. Depois desse ano, por meio da implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o município aprimorou as políticas públicas, oferecendo serviços como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que hoje atende famílias em situação de risco e vulnerabilidade social.
Na atual gestão, Elis está na Assistência Social desde 2021. Durante a entrevista, ela destacou que encontrou, à época, uma pasta gigante, porém defasada. Atualmente, são 49 prédios geridos pelo setor, cujo quinquagésimo está previsto para ser inaugurado ainda em 2025 — o CRAS Monte Castelo.
“Em janeiro do primeiro ano (…), visitei os 49 locais na época. Me deparei com 47 deles que precisavam de intervenções; dois não tinham condições de receber pessoas (…). Muito precário. Nós começamos um processo de reconstrução, formação dos profissionais. Hoje, posso dizer que mais de 20 dos equipamentos já passaram por reparações. Estamos em um processo de finalização para garantir acessibilidade às pessoas com deficiência. Não existia essa preocupação antes no município. Então, foi um processo de muito trabalho, mas com pessoas comprometidas e cientes de que as coisas precisavam melhorar.”
Elis diz estar orgulhosa da metodologia de trabalho adotada dentro da SEMAS, que costuma atuar em conjunto com outras secretarias da cidade. Por conta do amplo público que atende, ela explicou como a pasta busca dialogar com todos. As recentes conferências realizadas em Colombo — como a do Idoso, da Igualdade Racial e LGBTQIA+, por exemplo — foram caminhos para estabelecer uma “escuta qualificada” do poder público em relação às demandas populacionais. A SEMAS irá realizar sua conferência em 2025, embora a data ainda não esteja definida.
Temas importantes
A Prefeitura, por meio da SEMAS, ressalta que busca olhar para os mais diferentes públicos. Elis mencionou compromissos assumidos pelo município, como tornar Colombo uma “Cidade Amiga do Idoso”, junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) — iniciativa que também beneficiará pessoas com deficiência (PCDs) por conta da acessibilidade. Hoje, o poder público conta com departamentos especializados que buscam estar em contato com essas pessoas.
Outro público constantemente monitorado pela SEMAS são as pessoas em situação de rua. Com a chegada das baixas temperaturas, por meio da Operação Inverno, a Prefeitura intensificou ações de acolhimento àqueles que mais precisam.
A população pode colaborar acionando a equipe de abordagem social pelo número (41) 98712-9021. Também está em andamento a Campanha do Agasalho 2025, voltada para ajudar quem precisa de mantimentos para se proteger do frio. Animais em situação de rua, acompanhados de seus tutores, também são acolhidos pela equipe de apoio no Centro POP.
Confira os pontos de coleta:
• Regional Maracanã – Rua Roberto Lambach Falavinha, 150
• Regional Osasco – Rua Prefeito Pio Alberti, 450
• Prefeitura de Colombo (sede) – Rua XV de Novembro, 105
• Over Super – Rua Antônio Puppi, 304
• Super Rio Verde (sede) – Rua Padre Francisco Bonato, 373
• UniPreço – Rua Abel Scuissiato, 2930
• UniPreço – Rua Francisco Busato, 8079
• UniPreço – Rua Genesio Moreschi, 876
• UniPreço – Rua Abel Scuissiato, 390
• UniPreço – Rua Prefeito Pio Alberti, 898
• UniPreço – Rua Roberto Lambach Falavinha, 207
• UniPreço – Rodovia da Uva, 1360
• UniPreço – Avenida Marginal Direita, 378
• UniPreço – Avenida São Gabriel, 1549
• Academia Ohpus Fit – Rua Presidente Faria, 443
• AMC Natação & Fitness – Rua Pedro Pavin, 959
• Supermercado Santa Helena – Av. São Gabriel, 2180 – São Gabriel
• Supermercado Santa Helena – Av. Genésio Moreschi, 863 – Guaraituba
Elis explicou um pouco do trabalho da equipe e solicitou apoio da população:
“O protocolo é: baixou de 10 °C, a equipe faz a ronda e presta assistência a essas pessoas. Mesmo que haja recusa, a equipe jamais desiste delas. O trabalho consiste em fortalecer o vínculo. (…) É um trabalho de convencimento, de dizer que existem locais melhores, que há pessoas dispostas a ajudar. (…) [Sobre a Campanha do Agasalho] Hoje, o Provopar é nosso captador das doações, (…) e nós precisamos de roupas para todos os públicos, principalmente masculinas.”
Família Acolhedora
Recentemente, Colombo recebeu um repasse de R$ 600 mil do Governo do Paraná para fortalecer os direitos de crianças e adolescentes. O poder público já possui um plano de trabalho aprovado para aplicação dessa quantia, que será destinada às casas de acolhimento e ao programa Família Acolhedora, cuja lei de criação aguarda votação na Câmara Municipal.
O programa busca oferecer acolhimento provisório a crianças e adolescentes afastados da família de origem por medida protetiva, em residências de famílias cadastradas. O objetivo é garantir um ambiente familiar seguro, onde a criança ou adolescente possa continuar seu desenvolvimento enquanto se trabalha para o retorno à família de origem ou extensa ou, se necessário, encaminhamento para adoção.
“Fica o apelo: quero pedir ao Jornal que nos ajude nesse processo. Sei que a informação chega a muitos lares da nossa cidade. Que essas pessoas, que se sentem vocacionadas para serem pais e mães temporários, comecem a pensar sobre isso e contribuam com a nossa sociedade, dando amor e afeto a uma criança por determinado período.”
Segundo Elis, a cidade possui 116 crianças acolhidas nas instituições geridas pela SEMAS, número que é altamente rotativo. O programa visa inserir a família na vida dessas crianças.
Futuro
Na entrevista, que está disponível na íntegra no canal do Jornal de Colombo no YouTube, Elis também comentou outros temas, como sua relação com o Programa Lixo Zero, a segurança na cidade, sua relação com empresários locais e até mesmo o fato de nenhuma mulher ter sido eleita vereadora em Colombo para a legislatura 2025-2028. Ela lamentou a situação, diante de uma sociedade que busca se posicionar sobre temas cada vez mais fundamentais.
“Hoje, metade do secretariado é composto por mulheres, porque nosso prefeito entendeu essa necessidade. Contudo, a sociedade ainda não entendeu. Não conseguimos eleger nenhuma. Ainda não entendemos a importância da representatividade. (…) Falei sobre a importância de ocupar espaços. A gente precisa mesmo dessa representatividade de mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQIA+. Precisamos… A Câmara de Vereadores é um lugar de fala, de diálogo, de debate, e a gente precisa de representatividade. O parlamento é para isso. Isso não significa que quem já está lá não vai nos ouvir, mas é diferente para quem vive, fala sobre, pensa, dialoga e discute políticas públicas sobre esses temas.”
Ela também comentou que estuda ocupar um cargo “mais alto” dentro da política, algo que ainda está sendo analisado junto a seu grupo político. Contudo, enquanto isso não acontece, ela continua seus desafios à frente da SEMAS.
Diante disso, ela destacou que a principal ação a ser tomada pela secretaria é a qualificação profissional do público atendido pela SEMAS.
“Temos trabalhado fortemente com a CITCOL (Cidade Industrial e Tecnológica de Colombo). O processo que temos pensado dentro da SEMAS é sempre buscar a autonomia. Nós damos o benefício eventual, no momento de dor, dificuldade, vulnerabilidade, mas nada mais digno do que esse pai de família ir e comprar o mantimento que será usado em sua casa. A gente precisa incentivar e buscar políticas nesse sentido. Fazer nosso povo crescer e se desenvolver é o nosso desafio.”
Veja abaixo a entrevista completa: