Exposição no MUPA reúne 12 artistas que reinterpretam a memória colonial do Brasil


O intercâmbio entre o Museu Paranaense e a Fundação Joaquim Nabuco (Recife – PE) ganha no dia 09 de junho (quinta-feira) um novo capítulo, quando será aberta a inédita “Necrobrasiliana”. Com curadoria de Moacir dos Anjos, a exposição apresenta um conjunto de obras de artistas brasileiros contemporâneos que reinterpretam e reinventam o acervo documental – visual e escrito – denominado brasiliana.

Produzidos entre os séculos XVI e XIX, por artistas e outras personalidades como Albert Eckout, Jean-Baptiste Debret, Johan Moritz Rugendas, entre outros, tais documentos históricos trazem imagens da violência colonial praticada contra as populações indígenas e negras.

Por estarem presentes na memória coletiva dos brasileiros, essas representações acabam por normalizar as violências do colonialismo. De acordo com o texto curatorial da exposição, a reunião desses trabalhos demonstra “estar-se formando uma nova representação da memória colonial do país, que não somente nomeia os danos infligidos a partes de sua população, mas redistribui, em novos lugares simbólicos, os corpos que o habitam”.

Integram a mostra coletiva obras de Ana Lira, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Gê Viana, Jaime Lauriano, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sidney Amaral, Tiago Sant’Ana, Thiago Martins de Melo, Yhuri Cruz e Zózimo Bulbul.

A abertura da exposição se inicia com uma conversa entre Moacir dos Anjos e os artistas Thiago Martins de Melo, Yhuri Cruz e Rosângela Rennó. Os visitantes receberão gratuitamente o jornal da exposição que conta com um ensaio do curador e textos sobre os trabalhos apresentados. A tiragem do impresso é limitada.

Mais sobre os artistas que estarão presentes na abertura:

Rosângela Rennó – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Artes Plásticas pela Escola Guignard e em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais. É doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Sua obra é marcada por apropriação de imagens descartadas, encontradas em mercados de pulgas e feiras, e pela investigação das relações entre memória e esquecimento. Já realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, como a Estação Pinacoteca, Instituto Moreira Salles, FondationCartier e Bienal Internacional de Veneza.

Thiago Martins de Melo – Vive e trabalha entre São Luís, São Paulo e Guadalajara (México). Artista visual, trabalha com pintura, escultura, instalação e animação em stop motion. Entre as principais exposições individuais estão: “Ouroboros Sucuri”, Galeria Millan, São Paulo, Brasil (2021) e “Necrobrasiliana”, Museu Nacional da República, Brasília, Brasil (2019). Participou de inúmeras exposições coletivas, destacando: 3ª Frestas-Trienal de Artes, Sorocaba, Brasil (2021); 12ª Dakar Biennale, Dakar, Senegal (2016); 10ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2015); 31ª Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil (2014); 12e Biennale de Lyon, França (2013).

Yhuri Cruz – Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista visual, escritor e dramaturgo. Desenvolve sua prática artística e literária a partir de criações textuais que envolvem ficções, proposições performativas – que o artista chama de cenas – e instalativas em diálogo com sistemas de poder, crítica institucional, relações de opressão, encenações de cura, resgates subjetivos e violências sociais reprimidas. Cruz foi indicado ao Prêmio PIPA em 2019 e, no mesmo ano, realizou “Pretofagia”, sua primeira individual no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica – Rio de Janeiro/ RJ.

Serviço:

Dias: de 09 de junho a 28 de agosto de 2022

Recepção de abertura com as presenças do curador e dos artistas: 09 de junho, 19h

Museu Paranaense – Rua Kellers, 285 – Curitiba

Entrada gratuita

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