O mundo acordou nesta segunda-feira (21) em estado de choque. Às 2h35 da manhã, no horário de Brasília, foi confirmada a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa latino-americano da história, morreu após enfrentar complicações graves decorrentes de uma infecção respiratória polimicrobiana, que se arrastava desde fevereiro.
Foram quase 40 dias de internação no Hospital Gemelli, em Roma. Embora tenha recebido alta no final de março, seu estado de saúde permanecia frágil. O Vaticano já havia alertado que a recuperação seria longa e cheia de riscos. E, infelizmente, o mundo agora se despede de um dos líderes religiosos mais influentes do século.
UMA VIDA DEDICADA AOS MAIS POBRES
Francisco assumiu o trono de Pedro em 2013, sucedendo Bento XVI. Logo de início, rompeu protocolos, recusou luxos e colocou os mais pobres no centro da Igreja. Foi o papa das periferias, dos imigrantes, dos invisíveis. Despertou amor e polêmica com seu discurso direto e suas ações concretas.
“Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal”, declarou o Vaticano em nota oficial na madrugada.
SUA ÚLTIMA APARIÇÃO: A PÁSCOA DE EMOÇÕES FINAIS
No Domingo de Páscoa, dia 20, o papa apareceu publicamente pela última vez. Abriu mão de discursar, mas fez questão de abençoar pessoalmente os milhares de fiéis na Praça de São Pedro. Acenou, sorriu e circulou em seu papamóvel. Um gesto simbólico de despedida que agora ganha peso histórico.
OS DERRADEIROS MESES DE LUTA
A trajetória final de Francisco foi marcada por uma batalha contra a saúde. Em fevereiro, foi internado com um quadro de bronquite que evoluiu para pneumonia nos dois pulmões. Exames revelaram infecção por múltiplos microrganismos — o temido quadro polimicrobiano —, além de crises respiratórias, baixa contagem de plaquetas e necessidade de transfusões de sangue.
Especialistas apontam que seu histórico médico contribuiu para a gravidade da situação. Ainda jovem, Francisco teve parte de um dos pulmões removida após um caso grave de pleurisia. Em 2021, passou por uma cirurgia no cólon. Em 2023, novas internações e uma cirurgia abdominal reforçaram o alerta.
UM LEGADO IMORTAL
Francisco ficará marcado como o papa do diálogo, da inclusão, da humildade. O primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. O pontífice que enfrentou escândalos, modernizou o Vaticano e estendeu a mão aos marginalizados.
Mesmo debilitado, nunca deixou de trabalhar. Usava cadeira de rodas, mas seguia ativo, fazendo discursos, recebendo líderes mundiais e mantendo sua rotina espiritual intensa.
O funeral do Papa Francisco está sendo preparado no Vaticano e promete reunir chefes de Estado, líderes religiosos e milhões de fiéis do mundo inteiro para uma das maiores despedidas da história moderna.