PROFESSOR INTERNADO É OBRIGADO A FAZER CURSO NA CAMA DO HOSPITAL: EXIGÊNCIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ CHOCA O BRASIL

cerro azu

Uma imagem revoltante que viralizou nesta quarta-feira (21) expôs com crueza a pressão absurda que professores da rede estadual do Paraná estão enfrentando. Um educador de Cerro Azul, internado em um hospital, apareceu fazendo um curso obrigatório de capacitação com um notebook apoiado sobre o leito. O motivo? A Secretaria de Estado da Educação (Seed) exige 100% de frequência, mesmo de quem apresenta atestado médico.

O registro foi divulgado pelo APP-Sindicato, que representa os professores e funcionários da escola pública do Paraná, e escancarou a insensibilidade do governo estadual comandado por Ratinho Júnior (PSD) e pelo secretário de Educação Roni Miranda. Segundo a normativa atual, não há tolerância para faltas justificadas — quem faltar precisa repor na mesma semana, mesmo doente, mesmo hospitalizado.

O curso, chamado Formadores em Ação, é considerado essencial para a progressão na carreira e para a distribuição de aulas. O problema? Se o professor não cumprir 100% da carga, mesmo internado, perde sua vaga.

A presidente da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, classificou a exigência como desumana e absurda.

“Todo curso sério permite ausências justificadas. A Seed não pode punir quem adoece, principalmente com atestado médico, que tem respaldo legal”, afirmou.

O sindicato já havia tentado mudar as regras antes mesmo do início do curso, pedindo à Seed que alterasse a Resolução 3.659/2024. As solicitações eram simples e razoáveis:

  • Frequência mínima proporcional à carga horária;
  • Aceitação de atestados médicos;
  • Reposição com prazos mais amplos;
  • Possibilidade de reinscrição em novas turmas.

Apesar disso, nada foi feito. Agora, com o caso viral, a Seed prometeu “reavaliar” as regras junto ao setor de Recursos Humanos. Enquanto isso, professores doentes seguem sendo obrigados a escolher entre a saúde e o futuro profissional.

A repercussão negativa colocou mais um holofote sobre a política educacional do governo Ratinho Júnior, já criticada por profissionais da educação em diversos momentos.

O sindicato orienta os professores prejudicados a procurarem apoio jurídico. “Vamos tentar resolver pela via administrativa, mas se não houver diálogo, vamos acionar a Justiça”, disse Walkiria.

Um professor internado na cama, participando de um curso sob pressão do governo, é o retrato de uma educação que precisa urgentemente de humanidade.

Com informações do site Brasil de Fato.

 

 

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