O campo paranaense está a todo vapor, mas a natureza segue jogando duro. O novo boletim do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná) mostra que, apesar da colheita avançada, o clima instável e as chuvas irregulares estão exigindo atenção redobrada dos produtores — especialmente nas regiões mais quentes do estado.
A colheita do milho 1ª safra já chegou a 97%, enquanto o milho 2ª safra está com 100% das áreas plantadas. Mas nem tudo são flores: a falta de regularidade nas chuvas ameaça o potencial produtivo, principalmente nas lavouras em fase de enchimento de grãos.
FEIJÃO E BATATA TAMBÉM SENTEM OS EFEITOS DO CLIMA
A batata 2ª safra segue firme com 93% plantada e 32% colhida, mas o feijão 2ª safra enfrenta dificuldades: apenas 5% da área foi colhida até agora, com perdas já consolidadas em algumas regiões por conta da seca no desenvolvimento das plantas.
Já a soja 1ª safra está praticamente finalizada, com 99% colhida, e o arroz irrigado segue dentro da normalidade. No setor das frutas, a colheita de tangerinas já começou em Cerro Azul e Dr. Ulysses. A mandioca de dois ciclos também avança dentro do cronograma.
CAFÉ E CEVADA ENTRAM NO RADAR DOS PRODUTORES
No campo das boas notícias, o café começa a entrar em fase de colheita com boas expectativas de preço e produtividade. Já o plantio de inverno acelera: a aveia ganha mais áreas e o trigo inicia a dessecação, mesmo com tendência de redução na área cultivada. A cevada deve começar a ser plantada na próxima semana, nas regiões mais quentes do norte paranaense.
MERCADO AQUECIDO: SOJA 2025/26 E TABACO EM ALTA
Outro destaque do boletim é a movimentação do mercado: muitos produtores já estão em negociações antecipadas para a safra de soja 2025/2026, preocupados com a alta no custo dos insumos. E mais: o tabaco segue com preços atrativos, e as pastagens se recuperam bem com a volta da umidade.
O resumo? A safra avança com força, mas quem planta precisa ficar de olho no céu. A irregularidade climática pode virar o jogo a qualquer momento.
Foto: Freepik