O combate ao mosquito Aedes aegypti em Curitiba ganhou o reforço do Exército Brasileiro. Diariamente, soldados dos quartéis situados na cidade vão acompanhar o trabalho dos agentes de endemias na vistoria das casas, eliminação de criadouros e na orientação à população sobre o combate à dengue.
Nesta segunda-feira (22/4), 24 soldados se uniram ao trabalho da Saúde em três regionais: Cajuru, Bairro Novo e Tatuquara. “Esse apoio é bem-vindo para ampliarmos nossa capacidade de ação nos bairros com maior número de casos de dengue. Precisamos da união de todos para eliminar os focos do Aedes em nossa cidade”, diz a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
O apoio do Exército foi pactuado em reunião realizada em março entre a Secretaria Municipal da Saúde e o general de Brigada Ivan Alexandre Corrêa Silva, comandante da 5ª Região Militar, e o general José Ricardo Vendramin Nunes, comandante da 5ª Divisão de Exército.
Nas primeiras semanas de abril o trabalho foi planejado e dimensionado entre as duas instituições, com a definição das ações a serem desenvolvidas. Inicialmente, oito soldados se unem aos agentes de endemias de cada uma das três regiões com maior número de confirmação de casos.
“É um trabalho permanente, sem prazo para terminar. Vamos acompanhar os números de nosso boletim semanal e direcionar as ações em parceria às regiões que mais precisam”, explica a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, Tatiana Faraco.
Nesta semana, os soldados acompanharam as equipes da saúde nas ações de bloqueio, ou seja, visitaram as casas na região em que foram confirmados casos positivos de dengue. O objetivo é identificar a presença do Aedes aegypti nas casas e quintais, eliminar recipientes que acumulam água e orientar os moradores sobre os riscos da doença e como se prevenir.
Uma das casas visitadas no bairro Cajuru é de Isaura Cardoso da Silva, servidora municipal aposentada, que gostou da presença do exército na ação em sua rua, na Vila Oficinas. Isaura soube que uma vizinha adoeceu por dengue e mantém sua casa livre de qualquer recipiente que acumule água.
“O mosquito voa, então todo mundo tem que fazer sua parte. A gente cuida muito de tudo, ainda mais que tenho uma joia dentro de casa, minha mãe, de 91 anos”, disse a moradora elogiando a presença do exército, que, segundo ela, é mais um motivo para que as pessoas abram suas casas para a vistoria.
Mutirões Curitiba sem Mosquito
Nesta semana, o mutirão Curitiba sem Mosquito, realizados pelas secretarias municipais da Saúde e do Meio Ambiente, percorre novamente os bairros Cajuru e Tatuquara. Os moradores das duas regiões estão sendo avisados pelos agentes da prefeitura e do exército para que retirem materiais inservíveis de suas casas e terrenos para serem recolhidos pelos caminhões do Meio Ambiente.
“A melhor estratégia de combate ao mosquito da dengue é eliminar a água parada, que é utilizada pela fêmea do Aedes para depositar seus ovos”, destaca Tatiana.
De janeiro a 19 de abril deste ano, já foram realizados 35 mutirões, que recolheram 708,39 toneladas de materiais inservíveis nos bairros da capital paranaense.
Casos
Curitiba contabiliza 3.908 casos de dengue em 2024 (até o dia 12/4), sendo 1.820 importados (contaminação aconteceu fora do município) e 2.088 autóctones (transmissão local). Veja o boletim semanal da dengue aqui.
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